
Quando consideramos a amplitude das implicações de tais decisões — da aceitação ou negação de um pedido de empréstimo até a determinação de tratamentos médicos — a clareza dos processos por trás desses modelos se torna um imperativo ético. A ausência de transparência não só prejudica a confiança pública, mas também afeta a capacidade de inovar com responsabilidade. Se as pessoas não sabem como e por que uma IA chegou a determinada conclusão, como poderiam confiar nesses sistemas para decisões que impactam suas vidas? É neste cenário que surge a urgência de uma maior transparência, para que a IA possa ser vista como uma ferramenta confiável e segura, ao invés de uma entidade impenetrável e potencialmente perigosa.
Neste capítulo, propomos uma análise aprofundada sobre como alcançar essa clareza sem comprometer a complexidade inerente aos sistemas de IA. Vamos explorar os dilemas técnicos, que desafiam o equilíbrio entre precisão e simplicidade, e os desafios éticos, que surgem quando o sigilo dos modelos impede uma verdadeira responsabilidade sobre os resultados. Mais do que isso, vamos examinar as oportunidades que a transparência oferece: desde a melhoria na confiança do público até a criação de sistemas mais justos e inclusivos, que possam mitigar vieses e erros que, de outra forma, permaneceriam escondidos nas engrenagens dessas “caixas-pretas”.
